domingo, 28 de fevereiro de 2016

O Bentão de Sorocaba - Sessão Interior Paulista

O Esporte Clube São Bento é uma agremiação centenária: Foi fundado em 14 de setembro de 1913, na cidade de Sorocaba, com o nome de Sorocaba Athletic Club, mudando para o nome atual em 1914, suspeita-se que a mudança ocorreu pelo fato da equipe treinar no campo nos fundos do mosteiro São Bento. Possui como cores oficiais o azul no tom celeste, royal e marinho. Segundo um historiador do clube, Luiz Carlos Gomes, com a extinção do Chapeleiros vários integrantes do clube extinto junto com funcionários da fábrica Ferreira e Cia fundaram o Sorocaba. Também se fala sobre a mudança de nome ser em alusão ao Club Atlético São Bento, da capital paulista que fazia um sucesso estrondoso na época. É bom lembrar que somente em 2009, com a reforma do estatuto o clube trouxe para o português o nome da equipe: de Sport Club, para Esporte Clube.
Disputou campeonatos amadores na região por volta de quarenta anos, tendo sua primeira partida como profissional em 10 de julho de 1953 quando venceu a Ferroviária de Botucatu pelo placar de 4 x 2. Mas segundo outras fontes o primeiro jogo da equipe como profissional foi em Bragança Paulista, quando o time perdeu no por 2x1 para o Bragantino. E ainda em 53, a equipe teve seu primeiro jogo internacional, empatando em 2 x 2 com o Nacional de Montevidéu.
Em 1963 o Azulão obteve o acesso a Primeira Divisão do Futebol Paulista, quando conquistou o título do que hoje chamamos de Série A-2. O título foi decidido contra o América de Rio Preto, tendo que haver terceira partida no Pacaembu, depois de dois empates. Foram mais de 3 mil Sorocabanos acompanhar a vitória por 2 x 1 na capital paulista. No ano seguinte, na divisão especial (A-1) a equipe ficou em 4º lugar, com direito a menção honrosa. Depois em 64, 65 e 68 ficou na sexta colocação, e em 66, 67, 69 e 70 em oitavo lugar. O São Bento tem um feito de 29 anos consecutivos na elite do futebol paulista, sendo rebaixado em 1991, e em sequencia para a A-3 em 1994, já em 98 foi rebaixado para a Segunda Divisão do Futebol Paulista, (4ª Divisão) e conseguiu voltar novamente a A-3, após a desistência do Novo Horizontino de participar da competição. Nesse período surgiram vários escândalos envolvendo os diretores da equipe, houve falta de apoio da cidade ao clube por conta disso, e o São Bento beirou a falência. O Clube foi até vendido a um empresário, que após não pagar 3 meses do financiamento, perdeu a equipe por ordem judicial.
A virada do milênio trouxe novos ares e novos ventos sopraram para o azulão de Sorocaba. Subiu e foi campeão da Série A-3 de 2001, e em 2002 o Bentão foi campeão da atual Copa Paulista, após empatar com o Jaboticabal, e ter vantagem de pontos. Os bastidores do clube era muito agitado, e o chamado Projeto Oito Anos tinha aprovação e rejeição interna, que causou grandes alvoroços envolvendo os diretores e presidentes do São Bento. Conseguiu retornar a elite do futebol paulista em grande fase no ano de 2005, quando venceu o Noroeste e conquistou uma das vagas. Mas, logo em 2007 foi rebaixado novamente.
Em altos e baixos a equipe voltou a série A-3. No seu centenário (2013) conquistou o acesso para a A-2, com um bom elenco, grandes exibições, e com a taça para comemorar, o Azulão Sorocabano era campeão, com a melhor campanha da primeira e da segunda fase. E no ano seguinte fez boa campanha novamente, conquistou o acesso a elite do futebol paulista, ficando entre os quatro melhores da competição.














Elefante da Noroeste - Linense - Sessão Interior Paulista

Fundado em 12 de junho de 1927, com o nome de "Associação Esportiva e Recreativa Linense" o clube passou anos jogando apenas competições amadoras municipais e regionais. Logo, em 1930 a equipe alterou o nome para o atual, definiu suas cores e seu escudo. Porém, só em 1943 filiou-se a federação para disputar o campeonatos amadores, só tornando-se profissional em 1947, quando começa a disputar o campeonato paulista de futebol.
O time de Lins então chega a final contra o XV de Piracicaba (Campeonato que futuramente viria a se chamar "Segunda Divisão" correspondente a quarta do estado) e perde por 5x1. Com isso a equipe fica sem o acesso a divisão superior, que na época era privilégio do campeãoEm 51, o Linense deixa escapar mais uma chance de acesso (O time de Lins foi campeão do seu setor pela quarta vez seguida) dessa vez contra outro XV, o de Jaú, derrotado por 4x2. Mas no ano seguinte a equipe consegue o acesso, quando venceu a Ferroviária de Araraquara por 2x0 e finalmente alcançou a Primeira Divisão do Futebol Paulista.
No seu primeiro ano na elite, se saiu muito bem com uma brilhante campanha, até hoje a melhor do Linense na competição, perdendo só um jogo para o Guarani de Campinas dentro de casa. Teve destaque nacional vencendo os grandes clubes da capital de São Paulo com os resultados: 3x2 contra o Palmeiras, 1x0 contra a Portuguesa, e 4x1 contra o São Paulo. Empatou com o Corinthians em 1x1, e venceu o Santos pelo placar de 2x1. O Clube Atlético Linense permaneceu na Primeira Divisão até o ano de 1957, quando foi rebaixado e disputou a segunda divisão no ano seguinte. Depois disso, ficou inativo por dois anos.
Voltou aos gramados em 1961, disputando até 1966 o que é equivalente hoje a Série A-3, e de 77 a 76 a série A-2 paulista. Chegou em 69 no quadrangular final, e em 76 perdeu a final contra a Americana. Mas o auge da equipe foi em 77, onde sagrou-se campeão da terceira divisão vencendo a Votuporanguense por 1x0.
Em 1993 mais cinco anos de recesso, o Linense voltou em 98 ás competições profissionais, permanecendo na Segunda Divisão de 1998 até 2001, quando conseguiu mais um acesso, ficando na B-1 até 2006, quando o vice campeonato trouxe a equipe de volta a Série A-3. Com o apoio do Frigorífico, em 2007 fez boa campanha, não conseguindo subir por um ponto. Quem ficou com a vaga foi a Ferroviária de Araraquara, que empatou na última rodada contra o Linense, em Lins no placar de 2x2. Mas o ano não tinha acabado para o Elefante: o time disputou a Copa FPF (atual copa paulista) e chegou ás semi-finais do torneio, vencendo equipes muito tradicionais do Interior, como a própria Ferroviária e o Guarani. Com essa classificação, o Linense conseguiu o passaporte para disputar o Campeonato Brasileiro da Série C, que era até então a última divisão nacional.
Em 2010, sagrou-se campeão da Série A-2, ao superar o Noroeste de Bauru pela melhor campanha do torneio, chegando então, até a Série A-1 depois de 53 anos.

O Clube Atlético Linense manda seus jogos no Gilbertão (Gilberto Siqueira Lopes).

Mascote do Linense segundo o site oficial:
 Em 1952, o Linense conseguiu o título mais importante de sua história: campeão da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Nunca o seu torcedor comemorou tanto um título. A festa foi tão grande que os jogadores chegaram a desfilar em cima de elefantes que se apresentavam em um circo da cidade. Foram apenas cinco anos na Primeira Divisão. No ano 2000, para demonstrar todo o carinho por sua mascote, o Linense promoveu um desfile de elefantes na pista de atletismo de seu estádio.





VIVA E SALVEM O FUTEBOL DO INTERIOR!


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O concreto e o povo!

Existe beleza no suor, no encostar e no estar em um estádio de futebol. Em um clássico então podemos dizer que existe uma beleza fora do comum. Ter o direito de ver um jogo de pé sem que o de trás peça para que você sente, afinal de contas você está ali para ver o jogo de pé mesmo. E não só pra isso: está lá para torcer, pular, empurrar. Não teme esbarrões suados com a pessoa que está ao seu lado, nem mesmo o sol na cara. A maravilha do futebol popular se encontra aí.
Seria assim se um dos cartolas do time da casa não tivesse aumentado e muito o preço dos ingressos para essa partida tão esperada que seria (e foi) assistida no concreto. As condições precárias também chamam a atenção negativa, como a falta de água para a torcida visitante e falta de assistência médica. Sempre deixo bem claro, que não é por que sou contra as arenas e a elitização que sou a favor do descaso humano.
Inspirou meu instinto saudosista no jogo de domingo. Sim! O futebol precisa desses momentos para que ainda possamos ver, como ele realmente é. Sem cadeiras, sem espaço de 30 cm por pessoa como a FIFA exige. Com direito a gol aos 40 do segundo tempo. Ah futebol. É uma pena que esses momentos são raros. Você ainda amargará muitos anos sem o doce das provocações, com entrevistas padronizadas, sem o suor do povo escorrendo no rosto, gente disposta a tomar chuva. Ah, futebol... Bandeiras, mastros, palmas e vozes. Braços erguidos, rivalidade. Como minha alma se alegra em velo assim!




sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Meu direito de cornetar

Amigos, eu tenho a obrigação nesse momento de exercer meu papel (fundamental) de corneteiro,que sempre fui. Não como alguns xaropes que gritam olé pra equipe adversária, prefiro ser o corneteiro consciente. Até porque existe uma relação de amor entre eu e o meu clube que não permite que eu faça isso. Por amor mesmo, por mais que eu esteja bufando, com sangue nos olhos, querendo esgoelar aquele meio campo filho da puta, eu não conseguiria. É o que me representa que está la dentro, é a camisa que eu visto com orgulho. Lembrem da camisa pra daqui-a-pouco.

Falta-nos um tipo de jogador, um que tenha vontade. Um leigo acha que jogadores tem vontade de jogar por instinto primitivo. Engana-se. Se nessa equipe apenas três estivessem preocupados com a reputação do clube, com a importância da camisa e com o torcedor, eu não estaria aqui para corneta-los. É necessário um, pelo menos um, que não brinque em serviço, que queira derramar até a última gota de suor e não se preocupa em suar mais se for preciso. Não peço um atleta habilidoso, mas um com sangue nos olhos.

Tínhamos da batalha uma visão bem mais que realista. O time achou um gol e se escondeu atrás dele, depois, se mostrou mais que impreparado fisicamente e psicologicamente para segurar um resultado simples. Chega o grande momento de tocarmos os clarins: Uma equipe joga, dois jogos em casa no inicio do campeonato, e conseguiu tomar seis gols! Marcou 1. Repito: em dois jogos, repito: em casa.

São tantos culpados que nem nos cabe citar, desde o presidente laranja até o jogador corpo-mole, que não recebe da laranja e nem se importa em estar dentro de campo. MUITO MENOS COM NOSSA CAMISA. Ao final da partida quantos jogadores não a removeram do corpo para entrar correndo no vestiário. E não tiravam por calor, tiravam por falta de comprometimento. Jogadores que não merecem nem serem chamados de jogadores. Que não sentem orgulho em estar vestindo um manto de um clube tão tradicional no cenário esportivo nacional. Um time que não troca cinco passes, e juro que contei, travavam no terceiro ou quarto sempre, sem tática, sem rumo. Deve ser por isso que me identifico tanto com o clube, a vontade de vencer, de superar e quebrar obstáculos. Diferente de outros corneteiros: EU SEMPRE ACREDITEI NO MAC. Acreditarei até o último instante. E o poder acreditar, ainda é a melhor parte,

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

As boas vindas!

O nosso esporte favorito parece estar a cada dia mais chato, mais educado, mais padronizado. Isso faz com que nós tenhamos hoje um esporte popular como qualquer outro. Mas eu e você amigos, sabemos que ele é muito diferente.
Quando nossa pulsação aumenta, nossa respiração falha, o nervosismo fica a flor da pele como um cão preso e um gato a desfilar, nesse momento nós sabemos que não se trata de um joguinho comum, como qualquer outro. Ser apaixonado pelo futebol é motivo de orgulho para nós. E existem brasileiros (aqueles que não se deixam contagiar e não procuram no gramado um lugar para afinar seu coração) que procuram não entender o que sentimos. Mas o que nós sentimos é motivo da nossa vitória, é se deixar contagiar pelo amor, que é imaterial, que ninguém toca, pega. Aquele amor que te faz gritar ao ver a rede balançar, o amor que te faz bater no peito e estufa-lo como se estivesse vencendo uma batalha medieval.
Porém esse amor está tão desgastado e não contagioso que nós sentimos extrema pena. Parece que o futebol está assistindo seu próprio velório. Velório não, está observando seu leito, em uma UTI de hospital PRIVADO. Seu sabor foi se perdendo em meio a tantas notas que para ele, não representa nada. Salvemos o futebol enquanto á tempo, ele é a vítima do desgosto, que será a causa da sua morte. Ainda existe tempo. Ainda existe luz! Estamos aqui também, querendo salva-lo e nos salvarmos. Até por que aquele que foi até hoje o refúgio do nosso povo em meio a tantos problemas, merece aquela nossa atençãozinha especial.